O que você sente quando pensa em comida?

Prazer, culpa, alegria, nostalgia, tristeza. São muitas as emoções que podem ser evocadas ao comer (ou mesmo ao pensar em determinados alimentos). Como sempre trago aqui, não podemos dissociar a comida dos fatores sociais, culturais e individuais. Um mesmo prato pode significar muita coisa para um grupo, como também pode ter uma reverberação diferente em outros indivíduos.

Se pararmos para refletir, nossos hábitos são moldados por nossas experiências familiares e, também, coletivas. Alguns alimentos, inclusive, são introduzidos na nossa vida por questões mercadológicas. Exemplo disso é o pistache, que, há alguns anos, era difícil de encontrar no Brasil (e muito caro) e, hoje, está em diversos produtos e se tornando uma febre nacional. O motivo? Os EUA, maior produtor da semente, tem feito um trabalho intenso de marketing no Brasil e no mundo, a fim de vender mais produtos.

Por isso, é necessário que a gente lembre sempre que não há “vilões” na alimentação. Entender como nos sentimos em relação aos alimentos é uma forma não só de nos conhecermos mais como, também, de reconfigurar nossa relação com eles. Porque, assim, também podemos repensar algumas ideias, como, por exemplo, a ideia de que “precisamos” recomeçar as dietas às segundas-feiras.

Essa ideia, socialmente estimulada, normalmente está associada a alguns fatores, como o fato do dia marcar o “início” da semana e, portanto, uma oportunidade de “começar do zero”, de “compensar” os “excessos” do fim de semana. Mas, precisamos começar do zero? Será que não é mais interessante darmos pequenos passos, respeitando, inclusive, o ritmo do nosso próprio caminho? 

Afinal, se colocamos muita pressão sobre um novo hábito, como se fôssemos obrigados a segui-lo militarmente, ele acaba se tornando um martírio, e não um movimento voluntário em busca de um maior bem-estar. A vida não é linear. Tem altos e baixos. Podemos abraçar isso, encontrando nosso equilíbrio e determinação no cuidado constante conosco e nosso emocional.